sábado, 7 de março de 2009

Precisamos rever nosso conceitos!

O que parece ser simplesmente um slogan é muito mais que isso. É uma necessidade urgente. Vamos começar por um ponto que está em moda. Nosso sistema econômico baseado em consumo está entrando em colapso e não me refiro somente a crise mundial, mas, também ao consumo do próprio planeta; vemos tantos estudos referentes ao aquecimento global e suas conseqüências mas, quem quer abrir mão do celular da moda, do computador novo, do carro zero, do tênis novo de marca, etc?
Quantas pessoas vemos e conhecemos que colocam o consumo de coisas supérfluas acima de necessidades básicas? Muitas vezes, por exemplo, passam fome, mas têm celulares que tiram fotos, tem mp3 e GPS. Não me isento da minha parcela de culpa, afinal de contas sou parte integrante deste sistema, movo as engrenagens como todo mundo quer queira quer não. Também não gostaria de abrir mão de certos “consumos”.
Acho que um dos problemas disso é o conceito de crescimento econômico, pois, o capitalismo cresce exponencialmente muito mais do que, vejamos um parâmetro racional..., Ah sim cresce muito mais que, por exemplo, a taxa de crescimento da população mundial, ou seja, a economia e quando falo isso me refiro ao consumo, cresce muito mais que a diferença entre todos as pessoas que morrem e as que nascem.
Para quem tem muito dinheiro, quer dizer, quem detém o poder é irracional pensar em um sistema linear, onde não se almejaria consumir mais hoje do que se consumiu ontem.
Este raciocínio é muito perigoso, pois nos leva a barbárie. Vamos pensar em como os países ricos interferem na vida cotidiana dos povos do oriente médio com a desculpa de levar a democracia e a liberdade para este povo e no fim das contas sabemos que estão ali criando o caos para que fique mais barato o consumo do petróleo que está em seu território.
Com tanto dinheiro acumulado, porque não ajudam os países onde a maioria da população passa fome? Às vezes penso que tudo é claro e óbvio demais para assistirmos tudo isso de braços cruzados e não fazermos nada.

Outro assunto que tem me interessado muito estes dias é uma notícia sobre a igreja católica. Não quero com isso militar contra qualquer religião ou fazer apologia a alguma; o que tento fazer neste esboço mal escrito é uma reflexão sobre como os tempos e as demandas mudam e precisam ser mudadas. Voltando a notícia que tenho acompanhado esses dias, que é o fato de um bispo da igreja católica excomungar toda a equipe envolvida no procedimento de aborto de uma criança de 9 anos vítima de estupro e que estava grávida de gêmeos. Bom, começaremos por partes, primeiro é o fato do risco da gravidez para uma criança de 9 anos, para somar a isso a gravidez de gêmeos, somado a isso o fato dela ter sido vítima de uma agressão que, para piorar um pouco mais o agente é o padrasto. Imaginemos, pois, nós no lugar desta criança que sofreu este tipo de violência do “companheiro” de sua mãe; de quem teria de ser um dos pilares de sua estrutura familiar. Então, ela obviamente por ter sido a vítima não sofreu retaliações da igreja. Mas, e o padrasto? Também não sofreu. Pois, segundo o Bispo o crime dele é menor que o “crime” da equipe médica. Se analisarmos com um pouco mais de senso crítico, o que a igreja católica representada pelo bispo em questão admite é que podemos ser o causador de um infortúnio como esse (uso este termo pois não gosto da palavra desgraça) mas, não podemos salvar um vida já concebida e consciente dos fatos, pois, segundo a igreja a vida não pode ser interrompida deste a concepção.

Esta mesma instituição religiosa é contra, por exemplo, o uso da camisinha em tempos de AIDS dentre outras doenças que nos assolam, em tempos de crise mundial como comecei a discutir e em tempos de fome, muita fome.

Será que se Jesus, o filho de Deus aparecesse na terra agora, nestes tempos, ele seria um pastor, filho de carpinteiro que sairia pregando a igualdade para uma multidão cética, consumista e no fundo egoísta. Será que ele não acharia plausível tomar certas atitudes tais como métodos anticoncepcionais, principalmente o uso do preservativo, por exemplo? Em tempos de globalização será que ele não usaria um pouco de tecnologia para difundir suas idéias no mundo de maneira mais eficaz? Ele veio para ser um mártir, pois assim Deus alcançaria mais corações. Como seria este mártir nos tempos de hoje?

Parece blasfêmia ou heresia e, certamente, se estivéssemos na época da santa inquisição, estas idéias “subversivas” me levaria a fogueira. Ainda bem que não vivemos neste tempo.

Vivemos em um tempo bem diferente onde os problemas e as soluções são bem diferentes, as demandas não são as mesmas. Então porque não pensar um pouco mais em atitudes que realmente farão a diferença? E, por que não começarmos por nossos revermos conceitos?

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